Inquietação o dia todo.
Queria entender como eu tinha dois mundos, o meu e o do meu eu.
Memoria curta, a cada vez que sonhava esta no meu eu, me perdia no meu, já não sabia se havia falado ou não, se tinha acontecido ou não.
Era tão bom não poder me controlar nas minhas vontades, que o meu se exploda, o do meu eu estava muito mais intenso, gostoso, sentia tudo palpável em 3D.
Onde a pele criou vida, o áspero do rosto era macio feito algodão, na ponta do dedo parecia estranho, mas eu queria, o fino da palma da mão num ritmo insistente, me embalava pra um sonho acordado, as vezes achava que cochilava, mas eu tinha a certeza que estava acordada.
Entregue e perdida eu estava, não tinha noção de como sair dali, a cada vez que eu tentava abrir os olhos me sentia estranha como se o meu não me pertencesse.
Queria sentir o quentinho da pele, a energia que estava transbordando através da mucosa salivar, toda vez que passeava pelo meu corpo tinha pimenta, ardia meus pensamentos, ouvidos e desejos...
Não sabia se tinha passado um minuto ou horas, eu só tinha noção de sonho tranquilo, de uma calma que me levou a gostar do que não gostava e ainda me deliciar com isso, sentimentos de um generosidade sem tamanho, eu tinha vontade de rir, rir muito, mas eu não tinha forças, eu queria era só sentir suas doses de carinho, eu estava muito feliz.
Eu não queria ouvir minha voz, não queria nada meu, estava um  tanto egoísta, não queria me doar, não queria me disponibilizar, queria mesmo era sentir o que o meu eu sentia, não me importando se eu estava bonita, se estava gostando, se eu estava bem, queria era sentir, mas não me lembro bem.
Eu quis chorar, quando eu percebi que tudo era passageiro, quando o sonho acabou, que eu era eu, e que o meu eu já estava voltando pro lugar dele (omisso), quando comecei a pensar no que podia ter acontecido na minha ausência (no que eu podia ter falado ou falei) só a com a direção do meu eu, estava entregue, ainda bem que tenho alguém de inteira confiança, foi a unica coisa que me confortou, apesar de eu ter a certeza que esse sonho foi bom.
Queria ter feito algo, mas não tinha forças (eu estava totalmente passiva), fiquei pensando na cama, o quanto eu deveria ter feito (minha mente trabalhou muito rápido, tinha pensamentos instantâneos), antes que eu chorasse, tratei de dormir, eu sabia que seria um vale de lagrimas e sem explicação.
Dentro de um sonho que já estava acabando, adormeci tensa de segurar o choro, senti seus braços me me envolver, me senti segura, e dormi um sonho tranquilo.