Ativar meu processo criativo já virou rotina que passa despercebida, porém nunca imaginei desenvolver junto aos meus companheiros de jornada algo tão intenso.
Fizemos uma cena que dizia muito e no qual não falava nada, a expressão corporal traduzia tudo como todos fossem surdos-mudos e só precisasse da percepção contida no processo de mensagem subliminar e que ficasse a critério da platéia o real sentido do contexto, passando com que todos entendesse uma mesma coisa, mas cada um ao seu modo.
Estávamos em sintonia, parecia que tinha uma força nos conduzindo, movidos pelo ritual criado no momento, como uma dança ensaiada, nos deitados ali no chão inter laçados uns aos outros, produzindo uma energia de união, ali não era mais eu, e sim nós, o todo, a massa, não era mais o meu braço, era o nosso braço, todos que ali estavam iriam se inquietar se eles estivesse fora do ritmo, mexíamos aos poucos e os sons fluíam de dentro do nosso ser como fôssemos irracionais, sai por que tinha que sair, um som investigativo de bocejos misturados com prazer, desfrutados por está uns em cima de outros, até eu conseguir nascer.
O processo foi lento, foi de acordo com a evolução da dança, primeiro um braço, logo mais o ombro, e depois o restante do corpo em uma sincronia ao som emitido e esse tal movimento era de um corpo mole tentando se equilibrar, não sustentava até subir o queixo e dá forma e estrutura à esse corpo, assim ficando em pé, firme, ganhando poder e força, tornado- me superior perante aqueles que acabara de ser tão meus, humilhando- os com a minha nobre perfeição.
Eu sabia que ali todos me desejavam, todos me queriam e nenhum alcançava, (...)