quinta-feira, abril 14

Cena 2

(...) era meio complexo tudo que eu sentia naquele momento, era algo confuso e inesplicável, era um medo.

Eu me deparei sozinha, perdida dentro do meu eu, onde o meu silêncio era gritante e o medo me consumia, eu pedia pra sair, mas ninguem me ouvia e meu olhar vazio mostrava a dualidade de um ser.
Era meu universo, eu já conhecia, sabia de todos os passos e de todas as dores, não queria revive- las em nenhum momento, mas estava à tona, a minha solidão reflexiva me chamava e eu a renegava, era mais forte do que eu, não tinha como conduzir, era meus sentimentos inconfessáveis, aqueles preso na escuridão, que todo ser têm, aquilo que cada um oprime por algum motivo qualquer, tornando -se seres moldados a sempre a agradar outros seres, que Deus sabe lá o por quê, se tudo isso é uma pura estupidez.
Talvez para alguns viver de hipocresia seja o caminho mais fácil de encarar a sociedade e suas imposições, jogando no lixo o valor pessoal contidos por um nó na garganta que não deixa se libertar nem se quer por um gesto, e imagine só por uma palavra! (risos ironico)
Somos condicionados a não arriscar, escravizados pelo ser, ter e poder em uma mera tolice ingenua de viver politicamente certo, mas agora me explica, o que nesse mundo é o certo ou errado? Quem disse que o certo é o certo e o errado é o errado? Por que não, viver no errado se sabemos que o certo nos oprime?
O impace da duvida é esmagador, mastigando o melhor do ser vivo, rindo ironicamenteda tua alma que é o mais belo que tens, por um simplesmedo do não, medo de ser rejeitado por outro ser igualzinho a ele, achando que irá sofrer muito mais com essa tal rejeição, sendo que a opressão é a dor que te consome, que mata lentamente pouco a pouco, é o preço que se paga para o sonho de um dia ter um grande amor.
Mas eu reagi igual a todos, porém diferente!

terça-feira, abril 5

Cena 1

Ativar meu processo criativo já virou rotina que passa despercebida, porém nunca imaginei desenvolver junto aos meus companheiros de jornada algo tão intenso.


Fizemos uma cena que dizia muito e no qual não falava nada, a expressão corporal traduzia tudo como todos fossem surdos-mudos e só precisasse da percepção contida no processo de mensagem subliminar e que ficasse a critério da platéia o real sentido do contexto, passando com que todos entendesse uma mesma coisa, mas cada um ao seu modo.
Estávamos em sintonia, parecia que tinha uma força nos conduzindo, movidos pelo ritual criado no momento, como uma dança ensaiada, nos deitados ali no chão inter laçados uns aos outros, produzindo uma energia de união, ali não era mais eu, e sim nós, o todo, a massa, não era mais o meu braço, era o nosso braço, todos que ali estavam iriam se inquietar se eles estivesse fora do ritmo, mexíamos aos poucos e os sons fluíam de dentro do nosso ser como fôssemos irracionais, sai por que tinha que sair, um som investigativo de bocejos misturados com prazer, desfrutados por está uns em cima de outros, até eu conseguir nascer.
O processo foi lento, foi de acordo com a evolução da dança, primeiro um braço, logo mais o ombro, e depois o restante do corpo em uma sincronia ao som emitido e esse tal movimento era de um corpo mole tentando se equilibrar, não sustentava até subir o queixo e dá forma e estrutura  à esse corpo, assim ficando em pé, firme, ganhando poder e força, tornado- me superior perante aqueles que acabara de ser tão meus, humilhando- os com a minha nobre perfeição. 

Eu sabia que ali todos me desejavam, todos me queriam e nenhum alcançava, (...)